quarta-feira, 31 de agosto de 2022

COMANDO NACIONAL CONQUISTA PROPOSTA COM GANHOS PARA A CATEGORIA BANCÁRIA








Após intenso período de negociação, o Comando Nacional dos Bancários conquistou um acordo que garante ganhos para a categoria, por dois anos (2022-2023), na mesa única de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Nesta quarta-feira, 31 de agosto, às 19h, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realiza uma assembleia geral presencial, com votação remota, para a qual orienta a aprovação da proposta.


"Com a aprovação dessa proposta, haverá ganho real para os bancários, por dois anos, além da manutenção de todos os direitos da nossa CCT. Após um processo negocial desgastante e duro, no qual os bancos tentaram impor perdas, o Comando Nacional, fortalecido pela mobilização da categoria, conseguiu uma proposta que valoriza os bancários e as bancárias", avalia o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.


Além da garantia de todas as cláusulas da atual Convenção Coletiva de Trabalho, que tem validade ate 31 de agosto, a proposta traz para 2022, índice de reajuste de 8% para os salários; aumento diferenciado de 10% para os Vales Refeição e Alimentação, com adicional de R$ 1.000,00 em vale alimentação, a ser creditado até outubro de 2022. A Participação nos Lucros e Resultados, que foi ameaçada de congelamento e redução, foi garantida no acordo, com reajuste de 13% na parcela adicional, neste ano e, para 2023, aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas.


A CCT também terá avanços no combate ao assédio moral e sexual, às metas abusivas e na regulamentação do teletrabalho com definição da ajuda de custo (R$ 86,40). 


Antes da assembleia, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizará uma Plenária virtual, hoje (31/8), às 17h30, para esclarecer as dúvidas da base. O acesso será disponibilizado no site da entidade (bancariospe.org.br). "Desta forma, vamos garantir que todos os bancários, da Capital e do Interior do Estado, recebam as informações necessárias para participar da consulta à noite. Esta é uma propostacom ganhos, que valoriza os bancários e mantém nossas conquistas históricas", conclui Fabiano Moura. 


Valores estimados/ano de PLR (Itaú, Bradesco e Santander) 





Outros avanços


Teletrabalho


Além da ajuda de custo, os bancos concordaram com a reivindicação de controle de jornada para todos os trabalhadores; com o fornecimento e manutenção de equipamentos; com o direito à desconexão para que gestores não demandem os trabalhadores fora do horário de expediente; com a manutenção dos direitos da CCT aos trabalhadores que realizem suas funções fora das dependências do banco; com prevenção e precauções com a saúde dos trabalhadores; com a criação de canal específico para que os trabalhadores em teletrabalho tirem suas dúvidas.


Os trabalhadores com filhos de até quatro anos, ou com deficiência terão prioridade para o teletrabalho e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco.


Os bancos facilitarão a realização de campanhas de sindicalização e o contato com os trabalhadores em teletrabalho.


Será criado um grupo de trabalho (GT) bipartite para acompanhar o cumprimento da cláusula.


Assédio sexual


A nova cláusula sobre assédio sexual fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e empregados passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre medidas cabíveis pelos bancos. Também está em debate a participação das entidades sindicais no canal de denúncias a ser criado, assim como o acompanhamento dos casos pela comissão bipartite de diversidade que já existe.


Assédio moral e cobrança de metas


O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa. Os bancos que não têm comissão de empresa devem realizar reunião específica com a representação dos trabalhadores para tratar do tema, a pedido do sindicato.


Complementação do auxílio doença


Com relação ao auxílio doença previsto na cláusula 29 da CCT, os bancos queriam estabelecer que somente teria direito ao auxílio o empregado que tivesse retornado ao trabalho e trabalhado ininterruptamente pelo período mínimo de 6 meses após o recebimento da última complementação. Após reivindicação do Comando, os bancos retiraram a proposta.


Segurança bancária


Criação de um Grupo de Trabalho Bipartite Específico para avaliar os dados estatísticos relativos à segurança bancária, bem como a possibilidade de acordo acerca da adoção de dispositivos de segurança, além dos obrigatoriamente previstos no artigo 20, da Lei n° 7.102/1983. O GT também avaliará dados estatísticos relativos à segurança bancária das unidades de negócios.


Assembleias


Sindicatos de bancários de todo o país realizam, nesta quarta-feira (31), a partir das 19h, assembleias para deliberação da proposta. O Comando Nacional dos Bancários recomenda a aprovação da proposta.






Fonte: SEEC-PE

Fenaban apresenta nova proposta de acordo para a campanha salarial

 



omando Nacional dos Bancários para uma rodada de negociação na noite desta terça-feira (30/8) e apresentou uma nova proposta de acordo para a campanha salarial da categoria. A negociação continua na Caixa e no Banco do Brasil.

A proposta será avaliada pela categoria nas assembleias desta quarta-feira (31) e caso seja aprovada, o acordo será assinado na sexta-feira, 2 de setembro.

A orientação do Comando é pela aprovação da proposta.

Confira a proposta:

Reajuste salarial:

2022 - 8%

2023 - INPC + 0,5

PLR

2022 – INPC na regra geral e 13% na parcela adicional

2023 - INPC

Vales:

Vale alimentação (VA) 2022 = 799,38 (10%)

Vale refeição (VR )2022 - 46,11.   (10%)

Abono VA - R$ 1.000,00 – com pagamento em outubro

Teletrabalho 

Ajuda de custo

2022 –R$ 86,40

2023 - INPC

Novas cláusulas

Cláusula assédio sexual

Teletrabalho

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Redução de direitos trabalhistas em calamidade pública já está valendo


Agora é lei. MP do governo aprovada pelo Congresso altera relações trabalhistas em pontos como teletrabalho, banco de horas e férias e permite suspensão de contrato e redução de jornada com redução salarial





 A redução de direitos trabalhistas em estados de calamidade agora é lei. Foi promulgada nesta terça-feira (16), a Lei 14.437, que estabelece medidas alternativas nas relações de trabalho em situações de calamidade pública em âmbito municipal, estadual ou federal. A lei, que flexibiliza direitos, teve origem na Medida Provisória do Governo Federal (MP 1109/22), aprovada no dia 3 de agosto pela Câmara dos Deputados.

 

A partir de hoje, em qualquer situação de calamidade, por qualquer motivo, decretada pelo presidente, por governadores e por prefeitos, os trabalhadores e as trabalhadoras poderão, legalmente, ser prejudicados com mudanças legais de regras relacionadas a teletrabalho, férias, pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e suspensão de contratos de trabalho, bem como redução de jornada com redução salarial. Veja abaixo todas as mudanças negativas.

 

E as situações em que as autoridades poderão decretar calamidade vão desde uma pandemia (como a do coronavírus) até fortes chuvas, deslizamentos de terra e enchentes em municípios. Basta o governante decretar e o governo federal reconhecer.

 

O movimento sindical entende como mais um ataque do governo federal para retirar ainda mais direitos dos trabalhadores, não bastassem as reformas trabalhista e previdenciária, aprovadas por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Agora, o ataque ocorre também em plena calamidade, ou conforme decretarem os governantes para beneficiar os empresários.

 

As medidas poderão ser adotadas pelo prazo de até 90 dias, período que poderá ser prorrogado enquanto durar o estado de calamidade pública reconhecido pelo Poder Executivo Federal, e valem para os trabalhadores de áreas e grupos de risco atingidos pelo estado de calamidade.

 

Temas que sofrem alterações durante o estado de calamidade

1.      Adoção de teletrabalho

2.      Antecipação de férias

3.      Férias coletivas

4.      Antecipação de feriados - datas

5.      Banco de horas diferenciado

6.      Suspensão do recolhimento do FGTS

7.      Suspensão de contrato de trabalho ou redução de jornada com redução salarial

 

Veja o que muda em cada um deles:

1. Teletrabalho

Empregadores poderão alterar a relação de trabalho para o home office independentemente de acordos ou convenções coletivas das categorias.

Poderão também retomar o trabalho presencial de acordo com suas conveniências.

As mudanças devem ser comunicadas com 48 horas de antecedência ao trabalhador.

 

2. Férias

Férias individuais poderão ser determinadas pelo empregador e informadas aos trabalhadores com antecedência mínima de 48 horas.

O período não poderá ser inferior a cinco dias. A antecipação pode ocorrer, inclusive, se o período aquisitivo ainda não tiver vencido

O adicional de um terço sobre as férias será poderá ser pago até a data do pagamento do 13° salário. Fica a critério do empregador.

Empregado e o empregador poderão negociar a antecipação de períodos futuros de férias, por meio de acordo individual escrito.

Empregador poderá suspender as férias e as licenças não remuneradas dos profissionais de saúde ou daqueles que desempenhem funções essenciais com a mesma antecedência de 48 horas.

 

3. Férias coletivas

O empregador poderá determinar férias coletivas para todos os trabalhadores ou para parte deles. A notificação também deverá ser feita com antecedência de 48 horas.

Há a possiblidade de o período ser superior aos 30 dias determinados pela CLT e poderá também ocorrer mais de uma vez dentro de um mesmo ano.

 

4. Datas

Assim como durante a pandemia, feriados e outras datas comemorativas municipais estaduais ou nacionais poderão ser antecipadas nos municípios em que for decretado o estado de calamidade pública.

 

5. Banco de horas

Mudam também as regras para a compensação de horas trabalhadas ou não trabalhadas. A compensação poderá ser feita em até 18 meses e não precisará respeitar acordos e convenções coletivas de trabalho.

A compensação do período não trabalhado durante o estado de calamidade poderá se dar pela prorrogação da jornada em até duas horas, inclusive nos fins de semana. No entanto, a jornada total diária não poderá exceder 10 horas.

Ficam autorizadas a interrupção das atividades pelo empregador e a constituição de regime especial de compensação de jornada por meio de banco de horas.  A compensação para esta situação poderá ser feita em um prazo de até 18 meses, contado da data de encerramento do período estabelecido.

 

6. FGTS

O recolhimento do FGTS poderá ser suspenso pelo Ministério do Trabalho por até quatro meses em municípios onde o estado de calamidade for decretado. Esses valores, recolhidos pelos empregadores, serão depositados nas contas dos trabalhadores, posteriormente, parcelados em seis vezes, sem juros ou multas.

 

7. Suspensão de contrato e redução de jornada

A Lei torna permanente o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda adotado durante a pandemia que permite:

- Suspensão de contratos de trabalho, temporariamente, com concessão de benefício emergencial (BEm). Na empresa, a suspensão poderá ser total ou parcial. O prazo é de 90 dias podendo ser estendido enquanto durar o estado de calamidade pública

- Redução de jornada de trabalho com redução salarial. Prazo também é de 90 dias podendo ser estendido enquanto durar o estado de calamidade pública. A empresa pode reduzir em 25%, 50% ou 70% o salário dos trabalhadores, durante o período de calamidade. A redução salarial deverá ser proporcional à redução de jornada. Ou seja, se a redução da jornada foi de 50%, o salário também será reduzido em 50%.

 

Para compor o rendimento desses trabalhadores, continuam as mesmas regras anteriores, do BEm:

Na redução de 25% da jornada e salários, o trabalhador recebe 75% do salário + 25% da parcela do Bem.

Na redução de 50% da jornada e salários, o trabalhador recebe 50% do salário + 50% da parcela do Bem.

Na redução de 70% da jornada e salários, o trabalhador recebe 30% do salário + 70% do BEm.

Para ambos os casos, haverá a estabilidade proporcional ao tempo de suspensão de contrato ou redução de jornada. Exemplo: Se for de três meses, o trabalhador terá mais três meses de garantia de não ser demitido.

 

BEm

O valor será calculado com base no seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito caso fosse demitido sem justa causa.

Em 2021, o valor do BEm era calculado pelo Ministério da Economia, de acordo com o salário dos últimos três meses e correspondeu ao percentual do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito caso fosse demitido, até o valor máximo do benefício, conforme o tipo de acordo e o percentual de redução negociado com o empregador. Hoje o teto do seguro-desemprego está em R$ 2.106,08.

 

Regras valem para trabalhadores:

·  Rurais

·  Urbanos

·  Domésticos

·  Aprendizes

·  Estagiários

 

Como deve funcionar com a nova MP

O empregador pode acordar a suspensão do contrato de trabalho de forma setorial, departamental, parcial ou na totalidade dos postos de trabalho. O período máximo previsto para a redução da jornada e a suspensão dos contratos de trabalho é de 90 dias, prorrogável enquanto durar o estado de calamidade pública em âmbito nacional ou local.


Caixa segue linha do governo Bolsonaro e só propõe retirada de direitos

 



O resultado da negociação desta quarta-feira (17/8) com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) confirmou que a Caixa Econômica Federal segue a orientação do governo Bolsonaro de reduzir direitos do acordo coletivo de trabalho. O banco anunciou, nesta rodada, que quer, por exemplo, acabar com a pausa de 10 minutos de quem realiza trabalho repetitivo, como os caixas; extinguir o parcelamento do desconto das férias que hoje é feito em 10 vezes; e com o desconto proporcional do vale-refeição, que no ACT atual só começa a ser feito em caso de licença-médica, após o 15º dia.

“A Caixa só trouxe propostas de retirada de direitos. Alegou, por exemplo, para acabar com a pausa de 10 minutos (existente para procurar diminuir os casos de adoecimento para quem faz trabalho repetitivo, como os caixas), que é uma maneira de se adequar às alterações feitas na NR-17 (Norma Regulamentadora 17), que não prevê mais a pausa”, disse Rogério Campanate, membro da CEE e diretor do Sindicato. “Para extinguir o parcelamento das férias, o banco argumenta que 70% não usam este direito. Só que 30% correspondem a mais de 35 mil empregados, ou seja, é uma mudança que atinge 35 mil famílias”, argumentou o dirigente.

A Caixa justificou que o fim do parcelamento e o desconto do VR seriam feitos para se adequar à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o que não tem qualquer lógica, já que o acordo específico existe exatamente para garantir direitos que não constam da CCT. “De todas as mesas de negociação realizadas até agora, essa foi a pior”, sintetizou Campanate.

Mais ataques a diretos

A Caixa ficou de estudar a proposta de teletrabalho feita pela CEE na rodada anterior mas se resumiu a reapresentar a sua, extremamente rebaixada em relação ao que vinha sendo negociado há meses na mesa permanente, sendo extremamente prejudicial aos empregados. O banco concorda com o controle de ponto, mas condiciona isto à criação de um banco de horas a ser compensado em seis meses, o que significaria o fim das horas-extras e a sobrecarga de trabalho, tendo sido recusada em mesa.

Com relação à apuração dos casos de assédio sexual na gestão Pedro Guimarães a CEE voltou a cobrar informações. A Caixa disse que está na Corregedoria (Cored) e que na próxima reunião iriam levar alguém do setor para dar esclarecimentos sobre o que está sendo apurado. O banco recusou a proposta da CEE de formar um grupo de trabalho tripartite para discutir o contencioso da Funcef.

“Cobramos da Caixa a discussão sobre a Gestão de Desempenho de Pessoal (GDP) porque sabemos que é uma forma de assédio, imposto unilateralmente. Responderam que podem discutir mais adiante, mas que não entraria neste acordo. Reivindicamos a extinção das chamadas funções-minuto (caixa, avaliador, tesoureiro). Segundo a Caixa isso seria uma ‘evolução modelo’, porque às vezes tem necessidade de cobrir o trabalho de alguém de outra função ‘que foi para o almoço’. Mas a realidade é bem outra com colegas que trabalham como caixas, por exemplo, sem receber a função, e de tesoureiro que fazem dupla função, cobrindo o trabalho do caixa, sem receber por isto”, exemplificou.

Quanto à PLR a empresa está postergando este debate, alegando esperar a definição da mesa única com a Fenaban. “Mas o que queremos discutir são os indicadores para cálculo da PLR Social e rever o teto de três remunerações básicas. Voltamos a cobrar uma proposta global para toda a minuta que apresentamos e que a Caixa repete que está avaliando, mas não apresenta resposta”, disse.


Fonte SeebRio

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Seeb-MA realiza assembleia para dar informes da Campanha Nacional da qual NÃO PARTICIPA.




Na noite do dia 09/08/2022, o SEEB-MA realizou de maneira mista uma assembleia sobre a Campanha Salarial 2022. 

O que foi visto foi uma pauta simples em que se tratou de dar informes do que está acontecendo em âmbito nacional, notícias já sabidas pelo que é divulgado nas redes sociais pelos participantes das mesas de negociação e pela Oposição Bancária.

O SEEB tentou omitir dos informes que, na realidade, não realizou nenhuma negociação com os Bancos nem tão pouco com a Fenaban, mas, diante de questionamento feito, tiveram que admitir que o que estavam divulgando não se tratava de nenhuma negociação feita pelo SEEB-MA, mas que a assembleia estava sendo realizada porque os Sindicatos de Bauru e do Rio Grande do Norte também estavam realizando suas assembleias.

Pelo visto, o SEEB MA se declara independente, mas, na prática, fica a reboque desses dois sindicatos, quando deveria ter o compromisso com os mais de 5.000 bancários maranhenses e participar da Campanha Nacional.

Por fim, decidiram pelo retardamento de abertura das agências em 1h, nesta sexta-feira e marcação de uma nova assembleia para próxima terça-feira, pra avaliar a proposta dos bancos do dia 11.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Setor mais lucrativo do país diz que bancários já têm renda suficiente


No 1º trimestre de 2022 o lucro dos 5 maiores bancos do país cresceu 15,4% e os executivos são os que mais ganham com isso. Eles ganham 132 vezes mais do que a remuneração anual de um escriturário




Na mesa de negociação da campanha salarial 2022, os dos trabalhadores e trabalhadores estão lutando pela reposição salarial e nas demais verbas: inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro de 2022 mais 5% de aumento real; aumento maior para o vale refeição e vale alimentação e manutenção da regra da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), atualizada pelo índice de reajuste.

Na reunião realizada nesta quarta-feira (03), representantes  do setor, que é o mais lucrativo do país, disseram, que a remuneração do bancário está acima da média dos trabalhadores brasileiros.

Os executivos, que não apresentaram uma contraproposta para os trabalhadores, é que não têm do que se queixar. A remuneração per capita anual da diretoria executiva dos maiores bancos tem previsão de atingir R$ 8,9 milhões por diretor ou diretora este ano, com crescimento de 11,1% em relação a 2021. O valor que cada um deles recebe é 132 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR).

A campanha não termina enquanto não resolvermos o reajuste dos trabalhadores, isso inclui salário, reajuste de VA e VR e PLR”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“Os bancos enriquecem a cada mês, cobrando taxas de juros absurdas dos clientes. Nos últimos 12 meses o rotativo do cartão de crédito subiu 56%, o crédito pessoal não consignado subiu 43% e o cheque especial 26%. As taxas de juros dessas linhas são de 355% ao ano, 83% ao ano e 133% ao ano, respectivamente. O resultado é um aumento no endividamento das famílias, que chegou a 52,6% da renda acumulada em 12 meses e o comprometimento mensal da renda com o serviço da dívida com o setor financeiro chegou a 28% da renda das famílias”,  acrescentou a dirigente.

"Na consulta  realizada com os bancários de todo o país, 92% destacam o aumento real como prioridade, 61% querem reajuste diferenciado no VA e VR e 58% o aumento da PLR", concluiu Ivone.

Dados do setor 

De acordo com dados da Consultoria Economática, os bancos foram o setor econômico com maior lucro líquido entre as empresas de capital aberto (com exceção de Vale e Petrobrás) em 2021, com quase o dobro do lucro do segundo setor econômico mais lucrativo que foi o de energia elétrica.

Apenas com tarifas bancárias, os cinco maiores bancos arrecadaram R$ 143,4 bilhões em 2021, o que é suficiente para cobrir 138% do total de despesas de pessoal.

Calendário

A próxima reunião acontece no dia 11/08, discutindo cláusulas econômicas.

Entrega da minuta: 15/06

Definição de calendário: 22/06

Emprego e Terceirização: 27/06

Igualdade de oportunidades: 06/07

Cláusulas sociais e teletrabalho: 26/07

Cláusulas sociais e segurança: 28/07

Saúde e condições de trabalho: 01/08

Cláusulas Econômicas: 03/08

Cláusulas Econômica: 11/08


Fonte: CUT

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Comando dos Bancários cobra fim do assédio moral

 Doenças mentais como estresse, depressão, burnout e ansiedade são as principais causas de adoecimento da categoria



A maior causa do adoecimento na categoria bancária é a pressão, com assédio moral, por metas abusivas. Este foi um dos principais pontos da negociação que aconteceu na tarde desta segunda-feira (1º/8) entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nos últimos cinco anos, o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto no geral a variação foi de 15,4%. A variação entre os bancários foi 1,7 vezes maior do que a média dos outros setores.

Para a categoria, o tema de Saúde tem uma importância muito grande. Com as mudanças do setor financeiro houve alterações também no tipo de doença entre os bancários. Antes as doenças que mais acometiam a categoria eram as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) e agora é o adoecimento mental.

“Os bancos começaram a reunião dizendo que as metas não geram adoecimento, que o adoecimento mental não é um problema dos bancários. Mas nós provamos que o adoecimento mental dos bancários é maior que em outras categorias”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, “Para fechar a campanha é preciso avançar no combate ao assédio moral”, completou Juvandia, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. Após pressão do Comando, a Fenaban aceitou analisar as propostas da minuta de reivindicações da categoria.

A negociação

O secretário da Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles, ressaltou que o adoecimento físico e psíquico na categoria aumentou. “Além dos riscos ergonômico e psicossocial, surgiu mais um, o biológico, relacionado à Covid-19, para tensionar e adoecer ainda mais os bancários”, observou. “Os bancos precisam tratar esta questão com foco na saúde e não econômica, na busca de mais lucro”, completou.

O levantamento do Dieese, a partir de dados do INSS, aponta que as doenças mentais e comportamentais representavam 23% dos afastamentos previdenciários da categoria em 2012. Em 2021, a porcentagem passou para 36%. Entre os afastamentos acidentários (B91), o salto foi de 30% em 2012 para 55% em 2021. As doenças nervosas saíram de 9% para 16%.

“Existem diversos números e pesquisas que apontam a cobrança de metas como a causa do adoecimento mental da categoria. Cobramos muito a questão da saúde e os bancos não deram retorno, mas aceitaram analisar nossas propostas”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.

Ivone lembrou que, recentemente, o banco Santander foi condenado a pagar R$ 275 milhões de indenização por cobrança de metas abusivas, em uma ação coletiva movida pelo Ministério Público do Trabalho com base em estudos embasados em diversos dados, pesquisas e entrevistas com trabalhadores da categoria. Na decisão a Justiça proibiu o banco de continuar a exercer tais práticas.

Também ganhou grande repercussão as denúncias de assédio moral e sexual que levaram à queda do ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

“São exemplos típicos do assédio que acontece no dia a dia em diversas agências e departamentos bancários em todo o país e que têm levado os bancários ao adoecimento”, disse Juvandia. “As discussões precisam avançar, pois não podemos permitir que os bancários continuem adoecendo”, completou lembrando que, na última pesquisa de teletrabalho, 37,5% dos bancários disseram que para melhorar a saúde da categoria os bancos precisam reduzir as metas e a pressão pelo seu cumprimento.

Na reunião desta segunda-feira, os bancos insistiram que seria preciso realizar estudos para se comprovar se o adoecimento mental é consequência da pressão por metas e do assédio moral sobre os bancários. Mas, após o Comando apresentar diversos casos concretos, coletados a partir do atendimento a bancários no dia a dia, a Fenaban aceitou analisar as propostas da categoria.

Novas cláusulas

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, reforçou a necessidade de inclusão de novas cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) em decorrência da atual conjuntura sanitária do país e do mundo ao lembrar da importância de se estabelecer protocolos sanitários para se evitar o contágio e propagação não apenas da Covid-19, mas também de outras doenças. “Algumas epidemias, como a varíola do macaco, já estão atingindo o país e outras estão surgindo. Assim como fizemos com a Covid-19, precisamos pensar em protocolos para evitar o contágio na categoria e dela para os clientes e a sociedade como um todo”, disse. Ivone também falou da importância de se pensar em equipamentos para a renovação do ar no ambiente de trabalho.

Outra cláusula nova é a que trata das medidas pós-covid-19, com a inclusão de procedimentos de combate e prevenção de doenças e suas sequelas. “E os bancos devem pensar formas para que as pessoas que estão com sequelas, como cansaço, por exemplo, sejam reabilitadas e, se for o caso, sejam realocadas”, disse a presidenta do Seeb/SP.

Próxima reunião

A próxima reunião de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2022 com a Fenaban acontece na quarta-feira (3). Em pauta, as cláusulas econômicas.


Fonte: CONTRAF/CUT

Contraf-CUT realiza Conferência Livre dentro da 5ª Conferência Nacional de Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras

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