Na esteira pandemia de covid-19, banco vai acelerar reformas de escritórios e devoluções de espaços; adoção de home office, que era próxima a zero, vai incluir 30% dos trabalhadores
De acordo com o vice-presidente corporativo do
BB, Mauro Ribeiro Neto, o programa
internamente apelidado de Flexy, que previa a
modernização dos escritórios da instituição, estava
sendo estruturado desde 2019, mas ganhou novo
significado e mais velocidade durante a pandemia.
O executivo diz que o banco, a exemplo de
milhares de outras empresas, foi obrigado a testar
o modelo remoto. A avaliação foi de que os
resultados foram positivos e deixaram a proposta
de transformação de espaços corporativos ainda
mais ousada.
A redução de espaço será profunda e vai afetar as
grandes áreas corporativas do BB – o Flexy, por
ora, não está sendo aplicado a agências ou a
pequenos escritórios espalhados pelo País. Do
total de 5 milhões de metros quadrados de área
locada do banco, 750 mil metros incluem
escritórios de maior porte em Estados como São
Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Minas Gerais,
Paraná e Pernambuco, além do Distrito Federal.
Com a aposta de longo prazo no home office, 38%
desses espaços, ou 290 mil metros quadrados,
serão devolvidos, segundo o executivo.
Veja também: Bancários do BB no Maranhão, poderão ser descomissionados, por SEEB/MA não aderir ao acordo.
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Restarão 16 grandes edifícios corporativos nessas
localidades. “Vamos nos concentrar nas lajes de
maior porte, que permitem uma aplicação maior
do escritório de conceito aberto”, explica Ribeiro
Neto. No redesenho dos espaços corporativos, o
BB vai ficar mais parecido com os modelos
associados a empresas de tecnologia: saem as
estações de trabalho individuais e entram os
espaços compartilhados; as salas de reunião ficam
mais flexíveis, priorizando grupos menores; e o
escritório ganha armários para que os funcionários
guardem pertences pessoais, que devem ser
levados para casa ao fim de cada expediente.
Projeção de novo modelo de escritório do BB Foto: Banco
do Brasil
Por trás da mudança de perfil dos escritórios, que
vai custar um total de R$ 500 milhões, deverá ser
iniciada este ano e concluída em 2022, está
também uma meta de economia: entre cortes de
custos com aluguéis e manutenção, o BB prevê
uma redução de gastos anual na casa de R$ 185
milhões. Em 12 anos, já descontados os valores
gastos com a reforma, a economia não será nada
desprezível: R$ 1,7 bilhão.
Muitas empresas estão buscando espaços mais
flexíveis para o período pós-pandemia, uma vez
que ficou claro que o home office é uma
possibilidade a ser considerada. No BB, cerca de
30% dos trabalhadores – ou mais de 30 mil
pessoas – vão continuar a atuar parcialmente de
casa mesmo depois que a pandemia estiver
controlada. “A medição de produtividade por
permanência no escritório é coisa do passado.
Precisamos deixar isso para trás”, diz o vice presidente do banco.
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Segundo Fábio Maceira, presidente da JLL,
companhia que administra espaços corporativos,
as grandes empresas vão inevitavelmente repensar
a função de seus escritórios no pós-pandemia.
Tanto é assim que algumas companhias
proprietárias de imóveis corporativos já começam
a flexibilizar os contratos de aluguel para permitir
permanências mais curtas. Muitos clientes, de
acordo com o especialista, deverão optar por
contratos mais flexíveis por algum tempo para
medir com exatidão se precisam mesmo de todo o
espaço que atualmente ocupam.
Fonte: Estadão
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